sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quebrado o Recorde Mundial de fóssil mais antigo (24/08/2010)

O fóssil mais antigo conhecido até os dias atuais é de um caracol chamado Kimberella, que viveu há 555 milhões em áreas onde hoje se localizam Austrália e Rússia. Entretanto, pesquisadores da Universidade de Princeton (New Jersey, EUA) descobriram fósseis de uma esponja em múltiplos depósitos glaciais (que possivelmente foram geleiras em algum dia no passado), no sul da Austrália, que pareciam ser pedaços de um mesmo organismo. Ele teria 635 milhões de anos!
Fonte: NY Times

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Código genético do mamute é codificado

Usando pêlos do mamute lanoso, cientistas seqüenciaram o extenso genoma desses primos dos elefantes, segundo novo estudo. O acontecimento deixa os pesquisadores mais perto de "ressuscitar" a espécie extinta por meio da clonagem, embora existam muitos obstáculos técnicos no caminho e alguns especialistas duvidem que isso algum dia aconteça.
O estudo é considerado o primeiro a decodificar a vasta quantidade de informação contida no DNA nuclear de uma espécie extinta.
Depois de interpretados, os dados genéticos darão a pesquisadores acesso sem precedentes à biologia e evolução dos mamutes lanosos, que começaram a morrer após o fim da última Era Glacial, há cerca de 10 mil anos.
"Nosso estudo mostra, pela primeira vez, que é possível seqüenciar o genoma de um animal extinto quase tão bem e eficientemente quanto um genoma moderno", disse Stephan Schuster da Universidade Estadual da Pensilvânia, um dos dois líderes do projeto.
A técnica poderia ser usada para seqüenciar genomas do homem de Neanderthal e de humanos mais antigos - mas não dos dinossauros, que se extinguiram há tempo demais para que seu DNA fosse viável hoje, segundo pesquisadores.
O genoma mitocondrial do mamute lanoso foi completamente seqüenciado em 2006. O DNA nuclear, no entanto, carrega muito mais dados genéticos, incluindo praticamente todas as informações sobre traços específicos e características físicas.
Com uma estimativa de 4,7 bilhões de pares de bases, o genoma completo do mamute lanoso é, de longe, o maior genoma mamífero conhecido, dizem cientistas, embora eles não tenham certeza do porquê.
"O que sabemos é que os genomas do elefante e do mamute são muito grandes - de longe os maiores genomas entre os mamíferos," disse Michael Hofreiter do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária da Alemanha, que não esteve envolvido no estudo. "É impressionante e muito estranho," Hofreiter disse sobre o tamanho do novo genoma. "É difícil dizer o que isso significaria em termos evolucionários".
Os mamutes lanosos sempre foram bons candidatos para estudos de DNA antigo, porque muitos vestígios genéticos foram relativamente bem preservados em camadas de terra congelada no norte da Europa, Ásia e América do Norte, onde os animais habitaram durante centenas de milhares de anos.
Contudo, mesmo o DNA congelado do mamute freqüentemente não pode ser recuperado, devido a perdas, decomposição e contaminação com o DNA de outros organismos, como bactérias.
estudo do DNA nuclear dos pêlos - nesse caso, dos restos de dois animais encontrados na região siberiana da Rússia.
"O pêlo é como um plástico biológico," Schuster disse. "Ele sela o DNA perfeitamente e as bactérias não conseguem infectá-lo".
Regis Debruyne, da Universidade McMaster do Canadá, também estuda o DNA do mamute. Debruyne descreveu a seqüência como "basicamente milhões de peças soltas de um quebra-cabeça, que precisam ser montadas e identificadas" antes de inferir conclusões sobre características.
O biólogo Webb Miller, que co-liderou o novo estudo com Schuster, disse que o seqüenciamento do genoma do mamute poderia ajudar a salvar as espécies em risco de extinção atualmente.
Miller e Schuster disseram que os mamutes lanosos tiveram uma diversidade genética relativamente pequena e isso pode ter contribuído para sua incapacidade de se adaptar a um novo clima após a Era Glacial.
"Se o clima muda e você tem pouca diversidade genética, então é muito difícil lidar com esse desafio," Schuster explicou. Ou seja, é mais duro para uma espécie evoluir em uma versão melhor adaptada de si mesma se a ela não tiver uma variedade de tipos entre os quais a seleção natural pode "escolher".
"Acreditamos que a susceptibilidade de uma espécie à extinção não é medida pelo número de animais vivos da espécie, mas sim pela diversidade dos genomas nucleares," Miller disse.
Hofreiter, do Max Planck, observou que o DNA nuclear de apenas dois mamutes, como publicado na sexta-feira, "não é suficiente para fazer qualquer análise abrangente da diversidade."
No entanto, pode-se afirmar com base nas duas amostras que os mamutes eram, pelo menos, tão geneticamente diversos quanto os humanos.
O novo genoma poderia também trazer de volta à vida os mamutes lanosos, segundo alguns especialistas.
Os elefantes de hoje seriam a chave para qualquer projeto de clonagem. Primeiro, todas as diferenças genéticas entre mamutes e elefantes teriam que ser identificadas. Depois, um óvulo de elefante teria que ser fertilizado com genes alterados e implantado no útero de uma elefanta.
"Teoricamente, isso não está completamente fora de questão," afirmou Hofreiter, do Instituto Max Planck. "Mas vejo tantos problemas que não consigo imaginar como isso poderia funcionar".
A questão mais importante, Hofreiter acrescentou, é que "os rios de dinheiro necessários para ressuscitar um mamute seriam melhor empregados na salvação de espécies em risco de extinção".
Miller, que co-liderou o estudo com Schuster, disse, "ressuscitar mamutes é uma idéia relativamente entediante. Quando conseguirmos fazer isso, seremos capazes de clonar humanos... meu time de basquete vai ser invencível".
Fonte: http://paleontografia.blogspot.com/2008/12/cdigo-gentico-do-mamute-codificado.html, retirado da revista Terra.